Saiba tudo sobre produção de cacau com tecnologia

Uma das coisas que mais faz diferença na lavoura é usar as ferramentas certas para garantir um bom rendimento. No caso do cacau, a técnica de plantio evoluiu bastante e, com o apoio da tecnologia, ficou mais eficiente. 

Hoje, dá para monitorar o solo, escolher as melhores mudas e até prever o clima com mais precisão, evitando prejuízos e aumentando a colheita. O segredo está em aliar tradição com inovação para garantir uma safra de qualidade e um solo saudável por mais tempo.

Então, para quem quer melhorar o cultivo de cacau, vale investir em conhecimento e buscar opções que facilitem o dia a dia no campo. Com a estratégia certa, o cacauicultor pode produzir mais, reduzir custos e ainda manter o meio ambiente protegido. Entenda!

Existem tecnologias para manejo e colheita de cacau?

No manejo do cacau

Logo de cara, o uso de estufas modernas tem sido um diferencial no cultivo de mudas de cacau. Com controle ambiental adequado, é possível ajustar o microclima dentro da estufa, simulando as condições ideais para cada etapa do desenvolvimento das mudas, garantindo um começo de vida forte e saudável. 

Além do mais, essas estufas atuam como barreiras físicas, protegendo as plantas contra pragas e doenças, o que fortalece a resistência das mudas. 

Outra novidade é o uso de drones no manejo de pragas. Esses equipamentos permitem a aplicação precisa e direcionada de defensivos, o que garante uma cobertura uniforme. Além disso, os drones também ajudam:

• redução dos custos de mão-de-obra; 
• maior produtividade com menor tempo de aplicação;
• monitoramento constante das plantações; 
• identificação precoce de pragas e doenças;
• maior segurança para os trabalhadores.

Na colheita do cacau

Embora a colheita do cacau ainda seja majoritariamente manual, há esforços para introduzir tecnologias que facilitem esse processo. Por exemplo, a mecanização tem sido implementada em algumas etapas — como no transporte dos frutos colhidos — o que reduz o esforço físico dos trabalhadores e aumenta a eficiência. 

Também temos as novas técnicas de secagem, como a secagem por convecção artificial, que estão sendo adotadas para evitar riscos de contaminação física e microbiológica das amêndoas de cacau. Essas técnicas também protegem os frutos contra variações climáticas que podem interferir no processo de secagem.

Com a adoção dessas tecnologias, os produtores aumentam a produtividade e a qualidade de suas colheitas, conseguindo atender às demandas de um mercado cada vez mais exigente.

O que já é acessível para os produtores brasileiros?

Atualmente, os produtores brasileiros de cacau têm acesso a diversas tecnologias que facilitam o cultivo e aumentam a produtividade. Por exemplo, o Centro de Inovação do Cacau (CIC) implementou inteligência artificial para agilizar a análise das amêndoas, reduzindo o tempo desse processo em 20%. 

O CIC adaptou uma máquina classificadora de grãos de soja para avaliar amêndoas de cacau com base em cor, forma e padrão. O equipamento foi treinado com mais de 50 mil imagens de cada tipo de amêndoa, usando machine learning para aperfeiçoar a classificação.

Criado em 2017 pelo Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, o CIC se especializa na análise de cacau e agora conta com uma das poucas máquinas do mundo capazes de automatizar esse processo.

Enquanto um classificador humano leva de 20 a 30 minutos para avaliar 300 amêndoas, a máquina faz o mesmo trabalho em quatro minutos, com 99% de precisão.

Além disso, sensores que monitoram temperatura e umidade em tempo real já estão disponíveis. Esses dispositivos permitem automatizar etapas da fermentação, o que gera maior qualidade ao produto final. 

Programas como o Desafio Tecnológico do Cacau, promovido pelo SEBRAE/BA e Sistema FAEB/SENAR, oferecem suporte técnico e financeiro para startups que desenvolvem soluções inovadoras para a cadeia produtiva do cacau, com aportes de até R$100.000. 

A Embrapa, em parceria com a CEPLAC, também desenvolve pesquisas para aprimorar o cultivo do cacau, oferecendo tecnologias que auxiliam os agricultores a melhorar a eficiência e a sustentabilidade de suas lavouras. 

No Pará, pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) estão testando novas tecnologias com o potencial para dobrar os lucros de pequenos produtores, especialmente na produção de cacau fino, que possui maior valor agregado devido ao seu sabor e aroma superiores. 

A análise de uma máquina para quebrar vagens de cacau e outras inovações foram testadas em uma fazenda paraense. Os resultados, publicados demonstraram que a previsão do lucro do ano corrente da produção de cacau seria pular de 59 mil dólares para quase 150 mil no terceiro ano. 

Esse teste também mostrou ser possível reduzir em até 70% o tempo de trabalho de processamento do fruto, tudo isso só no primeiro ano de utilização dessa máquina.

Já em Rondônia, investimentos em sistemas agroflorestais elevaram a produtividade média de 500 quilos para mais de três mil quilos por hectare, outra grande prova de como as tecnologias no cultivo do cacau estão chegando para ficar.

É caro?

Bom, depende da tecnologia escolhida. Essas inovações estão ao alcance dos produtores brasileiros e algumas delas — como sensores de umidade e drones para monitoramento da lavoura — estão cada vez mais acessíveis. 

Contudo, o preço varia conforme a complexidade da ferramenta e o tamanho da propriedade. Pequenos produtores podem começar com soluções mais simples, como aplicativos de gestão agrícola e análise de solo, que exigem menos investimento.

Inclusive, a Cargill desenvolveu o aplicativo Farmforce para ajudar produtores de cacau a monitorar e registrar todas as etapas do cultivo, desde a técnica de plantio até a colheita. Com essa ferramenta, os agricultores podem acompanhar a origem das amêndoas, garantindo mais rastreabilidade no processo produtivo.

O aplicativo permite que os produtores insiram informações detalhadas sobre suas lavouras, como dados sobre o solo, uso de fertilizantes e métodos de manejo sustentável. 

Uma das grandes vantagens da tecnologia é a sua capacidade de conectar pequenos e médios agricultores a grandes compradores. Com os registros detalhados no app, os produtores conseguem provar a procedência do cacau, o que pode abrir portas para melhores oportunidades de negócios e preços mais justos. 

Agora, máquinas mais avançadas, como as classificadoras automatizadas de amêndoas ou os sistemas de irrigação inteligentes, exigem um investimento maior. No entanto, programas de financiamento e linhas de crédito, como o Pronaf e o Pronamp, ajudam a viabilizar essas aquisições ao permitirem que os produtores paguem aos poucos.

Outra solução é que cooperativas e associações compartilhem equipamentos, reduzindo custos para cada agricultor. O importante é analisar o custo-benefício e escolher soluções que realmente tragam retorno em produtividade e qualidade.

Tecnologia no campo: o futuro da produção de cacau

Hoje, vimos como a tecnologia está mudando o jeito de produzir cacau. Ferramentas modernas ajudam desde a escolha das melhores técnicas de plantio até o acompanhamento da produção, o que facilita a vida do produtor e melhora — e muito! — a competitividade do cacau brasileiro no mercado.

Investir nessas inovações significa aumentar a produtividade sem precisar expandir áreas de cultivo, além de reduzir desperdícios e otimizar recursos. Aplicativos como o Farmforce mostram como soluções digitais podem conectar produtores a grandes compradores e tornar o setor ainda mais profissional.

E aí, gostou de aprender conosco hoje? Se sim, compartilhe este artigo nas redes sociais para que mais pessoas fiquem por dentro das novidades e entendam como a tecnologia está atuando no campo!