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Cultivo do cacau: como SP se prepara para se tornar um polo da cultura nos próximos anos

16 setembro 2024
Tempo de leitura: 5 minutos

O estado de São Paulo está se preparando para dar um salto impressionante no cultivo do cacau e se tornar um verdadeiro polo dessa cultura nos próximos anos. Com o crescente interesse pelo cultivo sustentável e pela produção de chocolates de alta qualidade, São Paulo está investindo pesado para transformar suas terras em grandes centros produtores de cacau.

O cultivo do cacau em São Paulo está ganhando força pela busca de novos mercados e pela adaptação às novas tecnologias e práticas sustentáveis. Os produtores locais estão abraçando técnicas modernas, como sistemas agroflorestais e práticas de manejo que prometem aumentar a produtividade e preservar o meio ambiente.

Além disso, o apoio de eventos como a Expo Rio Preto 2024 e o Intertech Cacau está colocando o estado na linha de frente do setor. Esses eventos oferecem uma plataforma ideal para troca de conhecimentos, ajudando São Paulo a se posicionar como um líder no cultivo do cacau. Continue a leitura para entender melhor.

O cultivo do cacau em São Paulo: uma nova oportunidade agrícola

O noroeste paulista está aos poucos se tornando um novo celeiro para o plantio do cacau. Produtores locais, que antes se dedicavam à seringueira, laranja e cana-de-açúcar, estão diversificando seus cultivos e investindo pesado no cacau, atraídos pelo potencial de agregar mais valor às suas produções.

Com a ajuda da CATI-SP e de iniciativas como o Programa Cacau São Paulo, o cultivo do cacau está ganhando força na região. Já são 30 municípios envolvidos, e atualmente, já existem 500 hectares de cacau cultivados no estado.

O investimento em mudas clonadas da Bahia e técnicas modernas promete elevar a produtividade e transformar a região em um polo de produção cacaueira. O agrônomo Andrey Vetorelli, da CATI, destaca que a meta é atingir produtividade comparável aos maiores produtores do Brasil, como o Pará.

Além disso, o excelente retorno financeiro do cacau, aliado à possibilidade de diversificação com outros cultivos, está atraindo pequenos produtores, além de investidores de fora do setor agrícola. 

Com a meta de recuperar a liderança no mercado de cacau e a crescente demanda por chocolate fino, São Paulo está se preparando para se destacar nessa nova oportunidade agrícola, contribuindo para o renascimento e crescimento da cacauicultura no Brasil.

Por que o Noroeste Paulista é ideal para o cultivo do cacau?

O cultivo do cacau no Brasil é tradicionalmente dominado pelos estados do Pará e da Bahia, que juntos representam 93% da produção nacional, com safras anuais de 149,4 e 120 toneladas, respectivamente. 

No entanto, o Noroeste Paulista — especialmente a região de São José do Rio Preto — está se tornando uma nova fronteira promissora para essa cultura, graças a iniciativas como o Programa Cacau SP, lançado em 2014 pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), em parceria com diversas entidades locais.

Mas por que essa região, que até então era mais conhecida pela produção de borracha natural, está se mostrando tão adequada para o cacau?

Primeiro, a diversidade do clima e solo do Noroeste Paulista permitem a convivência do cacau com outras culturas, como a seringueira e a bananeira, em um modelo de plantio consorciado

Sendo assim, além de aumentar a sustentabilidade do negócio, também otimiza o uso dos recursos naturais. A banana, por exemplo, gera uma renda extra e ainda age como um “protetor” para as mudas de cacau, fornecendo sombra e quebrando os ventos fortes, essenciais nos primeiros anos de desenvolvimento da planta.

Sustentabilidade

Outro fator importante é que essa integração entre culturas permite aos produtores diversificar suas fontes de renda.

Com a crise dos preços da borracha em 2012, muitos agricultores da região começaram a buscar alternativas viáveis e o cacau se destacou como uma excelente opção. 

Portanto, o consórcio de seringueira e cacau possibilita que os produtores mantenham uma receita estável enquanto o cacau atinge seu pico de produção, a partir do terceiro ano.

Além disso, a capacitação e o suporte técnico oferecidos por instituições como a CATI são essenciais para o sucesso desse novo modelo de cultivo. Produtores que antes tinham pouca ou nenhuma familiaridade com o cacau agora estão aprendendo as melhores práticas de manejo, pós-colheita e até fabricação de chocolate. 

Desse modo, o Noroeste Paulista oferece condições climáticas e de solo favoráveis ao cacau, mas também uma estrutura de apoio que incentiva a inovação e a diversificação agrícola. 

Ou seja, essa soma de fatores faz da região uma área cada vez mais atrativa para o cultivo do cacau, com potencial para se consolidar como um novo polo produtor no Brasil.

Impactos econômicos do cultivo do cacau no Noroeste Paulista

De acordo com dados do IBGE, a produção de cacau no Brasil movimenta cerca de R$ 3,5 bilhões anualmente, e como já vimos, o estado de São Paulo está de olho nesse mercado.

No Noroeste Paulista, uma das pioneiras nesse cultivo é Clélia Madergan, produtora em Ipiguá. Desde que começou a plantar cacau em sua fazenda de agroecologia, ela percebeu o potencial econômico que essa cultura pode trazer. “Eu não quero ter, assim, uma imensa plantação de cacau. Eu quero ter um módulo. Eu quero fazer um chocolate mais especial para vender melhor. Existe um mercado bastante promissor de chocolates finos. Eu não quero ter quantidade, eu quero ter qualidade na minha produção”, afirma Clélia.

A expectativa de crescimento do cultivo do cacau na região é alta. De acordo com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, o programa "Cacau São Paulo" —

que já mencionamos anteriormente — capacitou mais de 400 produtores para iniciar ou aumentar suas plantações de cacau. 

Além disso, o cultivo de cacau tem mostrado ser uma alternativa econômica viável para pequenas e médias propriedades.

A alta no preço da tonelada de cacau, que chegou a US$6.010 em 2024, como aponta o site Mercado do Cacau, torna essa cultura ainda mais atrativa. 

Segundo Clélia, a expectativa é que, nos próximos anos, o cacau traga um impacto significativo para a economia local. 

Em suma, o cacau está se tornando uma peça-chave para o desenvolvimento econômico do Noroeste Paulista. A combinação de solo fértil, apoio técnico e mercado em expansão torna a região favorável para que essa cultura continue crescendo e gerando novos negócios.

Noroeste Paulista: presente e futuro do cultivo do cacau 

Por fim, podemos dizer que o cultivo do cacau no Noroeste Paulista está só começando, mas já dá sinais de ser uma aposta certeira para quem quer diversificar e aumentar sua renda no campo.

Com o apoio de programas do estado e o crescente interesse dos mercados de chocolates finos e orgânicos, a região tem tudo para se destacar na produção nacional. 

Como vimos, produtores como Clélia Madergan já estão colhendo os frutos desse investimento, e a tendência é que, com o passar do tempo, mais agricultores sigam esse caminho. 

A economia local tem muito a ganhar com essa cultura, que oferece oportunidades tanto para quem quer produzir em maior escala quanto para aqueles que pretendem focar em nichos de mercado, como os chocolates artesanais.

Se você gostou do que leu neste artigo,  que tal compartilhar e garantir que o cultivo do cacau no Noroeste Paulista seja cada vez mais reconhecido? Vamos juntos fortalecer essa nova fronteira agrícola!


Por: Flaviana Ribeiro
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